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29.9.08

amarelo ocre.



Não era dia, nem noite
navegávamos num nenúfar
sem brisa, garoa ou neblina
num campo de águas rasas
turvas seriam não fossem teu semblante
ficaria assim eternamente
nesta vida que é sonho
sem horas, sem nomes, sem concreto
mesmo sem me tocar senti
que aquilo era a fuga de nossas almas
o encontro que por indecência desta vida ingrata
não passou de sugestão
minha e de minhas conjecturas
era você
e pela primeira vez soube
que eu era tua, nasci pra ser tua,
que antes de conhecer-te já guardava-me pra ti
nossas matérias próximas, não unidas
fez-me entender o poder da transcendência
finalmente
tua existência penetrou na minha
suguei teus medos, conflitos e fardos
e teus pecados preencheram meus vãos
sou tua, mais uma vez sou tua
tua foi o que nunca fui
tua foi aquilo que nunca cogitou
foi curto e infinito
para mim que assim o vejo
mas para ti aquilo fora um sonho
sem sentido, sem gracejo, sem forma
foi um daqueles de que nunca recordarás
em mim ficará guardado
e para saber o prazo
de nada adianta verificar meu verso.

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