cada qual.
Lá estava eu, assistindo mais um jogo de Goalball dos "Jogos Mundiais de Cegos".
Tirei minha bolsa do lado direito e coloquei-a no colo, para que o assento fosse ocupado por um senhor grisalho que estava de pé, muito simpático por sinal, que me agradeceu com um sorriso.
Após alguns minutos, pude notar sua surpresa aos meus risos e despreendimento. Olhou-me por mais um certo tempo e depois perguntou-me de onde eu era.
Confesso não ter entendido a pergunta logo da primeira vez, seu sotaque era carregado, e meu inglês também, não é dos melhores."Brasil, o dono da casa", respondi.
Ele, com tom irônico, disse-me que os donos da casa não conheciam bem aquele jogo que observavamos. Perguntou minha idade e meu estado civil, e surpreendeu-se com a idéia de existirem mulheres de 22 anos ainda solteiras: "No meu pais, isso não existe!"
Iraque, essa era sua origem. A desigualdade de culturas estava tão perfeitamente clara naquele momento, que rendeu interesse de ambas as partes. Realidades diferentes, costumes construidos em cima da história de cada pais, rotinas complexas analisadas um pelo outro.
Como é possivel acreditar que aos 14 anos, uma menina, que ainda nem se tornou mulher, possa cuidar da casa, do marido, dos filhos? Jogam sua infância a esmo para assumir responsabilidades que não deveriam.
Se ao menos fosse por vontade própria, e não por imposição, nada teria contra, mas a impossibilidade de fazer suas próprias escolhas me angustia profundamente.
Quem será o errado? Se é que existe certo e errado.
Julgamos com base no que aprendemos ao longo dos anos, com conselhos dados pelos pais e experiências compartilhadas de amigos, professores, dissertantes.
Talvez para esse senhor, seja ainda mais difícil entender a cultura de um país como o nosso, onde o nú é arte, a música é apelativa e as pessoas não se prendem mais às boas maneiras. É cada um por sí, e só o não fazer mal a ninguém, já achamos ser o suficiente para alcançarmos "céu".
Quando chegou a hora de despedir-me, ganhei uma pequena lembrança do Iraque, e recebi um pedido que lembrarei sempre, como mais um aprendizado.
O pedido era para que eu nunca pensasse em seu país como um lugar de pessoas ruins, e nunca o associasse à guerras e conflitos. Pediu-me para pensar com carinho, e imaginar um país onde existem pessoas hospitaleiras e de muito bom coração, mas com ideais os quais eu nunca iria entender.
Entender talvez que a palavra "paz" tenha um significado diferente para cada um de nós.
Escrito por Camila Guinsani às 15h45
espelho
Critica-me!
Difama-me pelas costas
Esqueça todo o bem que lhe fiz
Lembre-se apenas das magoas que deixei
e o quanto demorarão para cicatrizar.
Remoa os desentendimentos.
Distorça minha beleza, que criou por conta.
Pense no carinho e respeito que não demonstrei,
e se demonstrei, fingi.
Ofensas proferidas com vontade.
Humilhação do subconsciente.
Os momentos em que lhe faltei foram muitos, foram todos.
Veja-me como qualquer um, cheia de meus defeitos.
Qualidades todos tem, exceto uma.
Esta sou eu, malcriada, mal-falada, mal-amada, maldita!
Talvez assim deixe de me carregar em teus pensamentos.
Ou talvez assim, eu esteja mais presente a cada dia.
Tenha certeza de meu não-arrependimento, se isto lhe fizer bem.
Esqueça-me!
Tranque-me no sótão, deixe-me no escuro.
Amor e ódio tornam-se sinônimos.
Sinônimos de angústia, desprezo, desejo...
Erra-me!
Engula-me sem qualquer tira-gosto.
O sabor será doce, mas o veneno exalará.
Terás liberdade teórica,
pois a propriedadede suas lembranças será pra sempre minha.
Escrito por Camila Guinsani às 14h00
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permita-se.
Segurança é a palavra chave para a conquista da felicidade.
Para mim, está diretamente ligada à confiança e à intuição.
As vezes fazemos o certo, pensando estar fazendo o errado.As vezes temos atitudes impulsivas, impensadas, inexplicadas.
Talvez no momento nada justifique, mas a vida logo tratade mostrar o porquê de cada coisa e colocar todos os pingos nos "is".
Sem essa de "eu não merecia"!
Aqui, o que se colhe é o que se semeia.
Semeie "obrigados", "por favores" e "sinto muitos".
Não pense duas vezes ao proferir palavras de carinho,
mas pense milhares, caso elas sejam ofensivas.
Pessoas erram o tempo todo, mas não cabe aqualquer um de nós o julgamento e a condenação.
Deixa, e a vida se encarrega disso.
Igualar o sacrifício à recompensa, deixar fluir oequilíbrio entre o errar e o acertar, o magoar e o sofrer.
Nossa opção é unica. Aprender com os erros,aceitar os perdões e permitir-se à felicidade.
Ensinar o rosto a sorrir durante o maior tempo possível.
Além de prevenir rugas, alimenta a alma, atrai o bem.
Fique perto de quem realmente gosta de ti,e trabalhe por prazer, não por obrigação.Sinta-se a vontade para falar em qualquer tom, aumente os decibéis.
Dance como se nenhum olhar pudesse encontra-lo.
Não se prive, não se puna, se jogue!
Não se trata de egoísmo, e sim, de auto-realização.
Seja feliz, e o destino se encarregará do resto.
Escrito por Camila Guinsani às 08h48
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18/06/2007
fim de festa.
Raiva.
Estou aprendendo a engoli-la a seco.
Assim mesmo, sem qualquer digestivo.
Sinto dos que não me acompanham,
sinto de mim, por tal necessidade.
Sábias as palavras de Renata, quando diz que "as pessoas nunca sabem a hora de ir embora".
Eu vou, e dessa vez, vou de vez.
Ir pra não voltar, sem peso nem pressão.
Apenas sair, deixar de existir em vidas alheias.
Existir para quem assim queira e deseje.
Pessoas ingratas...
Entram sem pedir licença, roubam um lugar para si, ocupam um espaço que não lhe pertencem, e ao fim, deixam o vazio com restos de fim de festa.
Saem e esquecem de apagar a luz.
Ingratas ao ponto de não levarem consigo as boas lembranças,com as quais você terá de conviver diariamente, até que o vento leve e o tempo cure.
Escrito por Camila Guinsani às 16h14
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04/06/2007
reservado.
Existem pessoas e pessoas.
Exitem aquelas com quem você se diverte, aquelas comquem você gosta de sair para jantar, as que dançambem contigo, as que te fazem pensar, as confidentes...
Dentre todas elas, existem as pessoas especiais.Aquela pessoa de quem você lembra num domingo a noite quando coloca sua cabeça no travesseiro, e chega sempre a conclusão de que o fim de semana teria sido melhor, se ao lado dela.
Vocês não se vêem sempre, mas só o fato de ela existir já torna o mundo mais colorido, menos árduo.
Só o fato de saber que ela está bem transforma um dia sombrio em típicos dias agradáveis de outono.
Dela, você sempre se lembra com carinho, sempre deseja o bem.
Sempre procura faze-la feliz, sendo quem você realmente é.
Alegria e sintonia não faltam.
Carinho transborda pelas beiradas.
Dizem que errar é humano, mas, não com ela.
Você erra uma vez, e outra, e outra...
E quando espera cobranças, broncas e chateações, em troca recebe sorrisos e palavras de conforto.
Atitudes assim, te fazem querer ser uma pessoa melhor.
Pessoas assim te mostram como você gostaria ser, e como seu mundo seria mais completo se todas fossem como elas.
No coração, há lugares ilimitados para boas companhias,mas lugares especias para as que conquistam seu respeito e admiração.
(Texto dedicado a Thais Samogim e Angelo Ramirez.)
Escrito por Camila Guinsani às 14h30
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01/06/2007
um só gole.
Minha mãe diz que o melhor da festa é esperar por ela.
Espero, com a ansiedade oscilante.
Eu digo que o melhor de um relacionamento é a paquera.
Coisa mais gostosa não há.
Esbanjo paqueras, sorrisos e olhares.
Sinto o gosto mesmo sem provar.
Equívoco comete quem diz que não sou feliz assim.
Afinal, a graça do mundo é a surpresa e inconstância.
A rotina estafa e arruína.
Longe disso!
Quero cantar uma música nova a cada dia, mudar meu gosto pra roupas e perfumes.
Sofrer e fazer sofrer.
Tentar mostrar a todos o melhor lado de mim.
Escrito por Camila Guinsani às 13h56
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28/05/2007
ao alcance.
Bom dia!
Dia chuvoso ou nublado, o sol está sempre lá, mesmo que invisível aos olhos.
Acordei em um lugar que não conhecia, os móveis não eram os meus.
Da primeira vez, isso desperta curiosidade. Tudo o que é novo desperta interesse.
Mas a novidade ocupa um lugar pequeno no espaço.
Depois da estréia, ela vai embora, deixando o sabor doce ou amargo, que com o passar dos dias vai se perdendo no paladar.
Sou apaixonada por primeiras vezes.
Primeiros olhares, primeiras conversas, primeiro gole, primeira frase dita sem pensar.
O bem-estar depende disso, de nunca deixar o costume se apoderar.
Não descarto experiêncas. Boas ou ruins, o crescimento dependerá delas. Certas ou erradas, o amanhã quem dirá.
Escrito por Camila Guinsani às 10h10
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17/05/2007
bola de neve.
"Alfie, o sedutor".
Belo filme, belo ator.
No começo, até pensei se tratar de um daqueles filmes bobos e previsíveis, mas essa imagem vai desaparecendo a cada segundo contado no leitor do dvd.
Está longe de entrar na minha lista de melhores filmes, mas tem frases de impacto, e nos mostra uma realidade nada distante.
A realidade de só descobrir o quanto aquela pessoa é importante para você até que ela se vá.
A realidade de saber o quanto atitudes impensadas podem magoar alguém.
Se dar conta de que orgulho tem prazo de validade.
Saber reconhecer os erros as vezes não é o suficiente, e desculpar-se pode ser a melhor solução para o bem-estar.
O tempo passa para todos, e temos que aprender a conviver e crescer com ele. Se isso não acontecer, os problemas se tornarão maiores, as alegrias, escassas, e os sonhos, nunca passarão de sonhos.
A vida é uma estrada que acaba quando menos se espera.
Então, não queria chegar logo ao final.
Não se apresse, não corra, não pule etapas, não seja impaciente.
Não queira aproveitar tudo de uma vez só, só aproveite ao máximo.
Também não fique parado sempre à sombra, pois os dias de sol são os mais belos e ternos.
Confie na vida, confie em você, em seus sentidos e instintos. Confie em suas intuições intuições, e, acima de tudo, confie nas pessoas.Você pode se decepcionar, mas também pode se surpreender com elas.
Leia o horóscopo todos os dias, mas acredite apenas nas coisas boas, o resto descarte.
Siga sempre suas vontades, e saiba que, se tudo de errado, você sempre terá uma segunda chance.
Por fim, nunca espere um agradecimento.
O que é feito de bom grado, tem retorno garantido.
Escrito por Camila Guinsani às 15h06
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16/05/2007
loneliness.
Na ultima quinta feira, me convidei para sair.
Fui ao cinema. Sozinha, desta vez.
A intenção era passar algumas horas sem contato com qualquer pessoa que pudesse tentar expor-me seu ponto de vista, sobre qualquer coisa.
Conversar seria válido somente com meus pensamentos.
Pra mim, talvez não exista programa melhor.
Sair, sem ter hora pra voltar.
Tomar um café e ler uma revista daquelas que afirmam coisas das quais você duvida.
Rir sozinha ao lembrar momentos engraçados,e tentar encontrar as respostas para os erros cometidos.
Isso tudo fica mais transparente sem ajuda alheia.
Antes do filme, fiz questão de fazer uma das coisas que mais gosto: Observar pessoas com suas atitudes e costumes.
Me diverte tentar descobrir como cada um vive, com o que trabalha, o que pensa.
Meus planos foram por água abaixo quando encontrei um amigo.
Aquele amigo a que não se consegue negar uma conversa.
Sentamos juntos, rimos, brincamos, brigamos...
O filme não foi dos melhores, "Homem Aranha 3".
Mencionar os efeitos especiais não vale, afinal, em alguns poucos anos,a evolução nessa área se expande como moda de novela das 8.
O importante mesmo, é que fui pra casa muito feliz.
As vezes precisamos ouvir certas coisas, mesmo que sejam desagradáveis.
As vezes precisamos de companhia, mesmo quando o desejo é de ficar sozinho.
Antes só do que mal acompanhado, já dizia o ditado popular.
Mas, antes bem acompanhado do que só.
Escrito por Camila Guinsani às 16h10
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11/05/2007
fim, sem meio.
Guardo o passado em caixinhas.
Cartas, declarações, bilhetes...
Quando as abro, consigo ver o sentimento guardado.
A nostalgia abala as pernas e os olhos, e o coração começa a sentir falta daquilo que já não lhe pertence mais.
Dificil entender o rumo da vida.
Dizer que algumas coisas dão certo e outras não, seria a explicação mais coerente? Ou a mais conveniente?
Talvez o fato de elas apenas terem existido,já significa que deu certo, durante o tempo certo.
Maturação, essa palavra me persegue.
Me faz enxergar que o que antes era bom, agora não é suficiente.
Ainda guardo recortes de zines, ingressos de shows, papéis de bombom.
Minhas agendas da década passada, século passado. Todas elas escritas em códigos, todas elas com mensagens dos amigos da época.
Alguns crescem com você, e outros simplesmente passam.
Sou mesmo cheia de medos.
Um dos mais reais é o de envelhecer e não poder lembrar de todos os momentos.
Pensar que um desses dias foi vivido em vão, jogado a esmo, sem aprendizados ou proveitos.
22 anos, e ainda conto nos dedos as vezes em que vi o pôr-do-sol.
O propósito da vida está se perdendo, e ninguém tem mesmo tempo pra notar.
Queria poder experimentar ser Anaxágoras, pelo menos por um dia...
Escrito por Camila Guinsani às 14h12
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08/05/2007
menos um.
"Morreu por volta das 16h deste domingo o deputado federal Enéas Carneiro (PR, ex-Prona), 68, no Rio de Janeiro."Essa notícia, confesso, entristeceu-me demais.
Mais uma pessoa brilhante que nos deixa.
A parte mais ingrata dessa estória, é que ele nos deixa, sem realmente mostrar à maioria quem ele era.
Aprendi a admira-lo há quatro anos, após uma palestrada qual julguei uma das melhores já vistas.
Tinha pensamentos revolucionários e sensatos, e sua inteligênciaera admirável, mas era visto como louco, cômico e engraçado.
Engraçado é ver como o povo lida com idéias e padrões diferentes do convencional.
Isso prova o quanto a imagem influencia nas pessoas.
Talvez sem o óculos, a barba e o bordão, as coisas teriam sido diferentes...
Enquanto isso, políticos que falam bonito, com a voz serena, fazem o país inteiro sentir vergonha por serem brasileiros.
Não falo por mim, pois não sinto vergonha, mas sinto SIM desgosto. Muito desgosto.
A cada dia fica mais difícil aguentar tanta demagogia.
O que falta é interesse, é saber escutar o que cada um tem a oferecer.
É procurar o ótimo, e não se acostumar com o regular.
Enfim, desejo meus sinceros pêsames ao Brasil, por perder mais um de seus poucos gênios, e ganhar a cada dia mais e mais ignorância.
Expresso, por fim, que meu voto consciente, continuaria sendo dele.
Escrito por Camila Guinsani às 09h18
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02/05/2007
irrealizável.
Preciso assistir "o cheiro do ralo", antes que os poucos cinemas que o exibem, se tornem inexistentes.Gosto de filmes brasileiros. Em um dia desses revi "amarelo manga".
Esse, definitivamente não é um filme pra se assistir com mães, principalmente se a mãe for a minha.
O que entendo por verdadeiro, ela entende por apelação. A sonoridade do palavreado "vulgar" para ela não tem espaço. É comparado à frases prontas de comédias holywoodianas.
O filme só se mostra forçado a quem desconhece o quão louca e imprevisível pode ser a realidade.
E mesmo com a farsa, montada pelos noticiários, alguns continuam a pensar num mundo cor-de-rosa.
Otimismo? Sim, sempre.
Mas cerrar os olhos para os acontecimentos rotineiros não é a melhor opção.
Existem pessoas boas, ruins, aproveitadoras, amargas, sofridas, insanas...
Nosso papel é saber conviver com elas, ou pelo menos, aceita-las.
A chamada "ação/reação" fica evidente. Para mim, a mais gritante chamada do filme.
Vale a dica, de alguém nada renomada, mas crítica ao extremo.
Acredito que assistindo o mesmo filme, por certenas de vezes, sempre se tira de proveito algo novo e produtivo.
Talvez o estado de espírito interfira nisso.
E talvez, daqui há alguns anos, esse tenha sido o pior filme da minha vida, afinal, a loucura se ganha com o tempo.
Escrito por Camila Guinsani às 11h45
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eufemismo.
só assim, esporádico.
deixa-me envolver, odor ácido, presente
porcelana retratada em ternura, sintonia abstrata, valsa ofegante
ruído egoísta seletivo, suor doce e continuo.
remendos em trapos, músculos, imagens.
pôr do sol envaidece, beleza sem igual, trivial.
portas fechadas, solidão inunda, penunmbra irradia
veia séca, pele desbota, como lírio camuflado em campo ralo.
figura ingrata a minha, sem ti.
Escrito por Camila Guinsani às 09h43
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auto-retrato.
Quem sou eu?
Talvez ninguém consiga responder essa pergunta.
Alguns dizem que sou egoísta, grossa e insensível.
Outros dizem que sou a melhor amiga que alguém poderia ter.
Na verdade, meu desejo é sempre de me tornar uma pessoa melhor, mas com a repetição dos erros, isso fica pra trás.
Não gosto de persistir em coisas que não dão certo.
Se não desisto na primeira, da segunda não passa. Quando desisto, não volto atras de um jeito, ou de outro.
Gosto de liberdade, mas só entro nos eixos quando por obrigação.
A solidão me entristece. Realmente sinto falta das pessoas.
Faço brincadeiras que só tem graça para mim, e comentários inusitados não me faltam.
Sei o que é certo, mas dificilmente o sigo. Não por rebeldia, e sim, por falta de determinação.
Há algum tempo, resolvi não falar mal das pessoas. Então, passei a não reparar mais os erros. Apenas noto as diferenças, e me divirto com isso.
Confesso, adoro o diferente, mas, tenho procurado o normal dessa vez.
Só me resta saber se é normal passar pela enxurradade sentimentos pela qual passo todos os dias.
Lido bem com a rejeição, e meço melhor minhas palavras.
Minha melhor parte do dia, tem sido durante o sono.
Considero todos como amigos, não tenho colegas. Sou reservada, mas não guardo segredo a eles.
Adoro receber recados, bilhetes, ligações e demonstrações de afeto, mas quase nunca sei como reagir a isso.
Gosto de proteção e confiança. Gosto de ser querida e bem tratada.
Sinto falta da minha infância, mais do que qualquer outra coisa.
Sou seletiva, mas minha seleção é furada. Quase sempre me arrependo dela.
Quero ser lembrada, não só pelos que me conheceram.
Marcar a existência é um dos principais propósitos.
Deixar viver, deixar fluir.
Escrito por Camila Guinsani às 00h49
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30/04/2007
o corpo fala.
Desde quando o mundo é mundo, tudo o que é feito, é feito à base da troca.
Quem diz fazer sem esperar retorno, mente, mesmo que inconsciente.
Mesmo que a troca seja apenas por um sorriso.
E é disso que gosto: sorrisos.
Resolvi começar, então, a colecioná-los.
Prometo ser agradável, gentil, divertida... Expontaniedade não me falta!
Em troca, quero alegria e conforto.
Talvez colo, onde eu possa declinar em dias nublados.
Se não for possível, não me abalo.
Mas um sorriso, nunca me negue.
Pois toda a harmonia, é construida ao seu redor.
Escrito por Camila Guinsani às 01h01
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extinção.
Uma vez fingi um desmaio para me safar de um beijo.
Aos 15 anos eu já tinha certeza do que queria, só não tinha coragem para impor minha postura.
O "não", não fazia parte de meu vocabulário, e o "sim" era dito sem muita certeza.
Desculpas esfarrapadas. Esse era sempre o modo de me safar.
Inventar doenças, mortes, compromissos, viagens e atritos havia se tornado hobbie.
Lendo "O Doce Veneno do Escorpião", me vi com outros olhos.
Mesmo sem dar crédito algum para a denominada "Bruna Surfistinha", e mesmo achando a escrita apelativa e pobre, me surpreendi com fatos em comum em nossa infância.
A diferença é que, com o passar do tempo não podemos mais colocar a culpa na ingenuidade.
As responsabilidades gritam e as obrigações pesam.
Se ser adulto, é saber conviver em harmonia em meio a ruidos agudos e desconforto, notar o quanto todos os dias são lindos apenas no intervalo entre um capricho ou outro, e precisar mentir para explicar todos os sentimentos, prefiro me definir, então, como uma pós-adolescente, ser humano ingrato.
Mentiras já não me divertem, e piadas precisam ser inteligentes.
O que me falta nas pessoas é a naturalidade, verdade nua e crua.
De uma vez por todas, nenhum elogio, só sentimento.
O vocábulário pode ser extenso, mas as demonstrações são baratas.
Cative, envolva, sinta, cultive, trate, construa e mantenha.
Simples assim.
Escrito por Camila Guinsani às 15h21
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16/04/2007
crush e taí.
Sempre fui apaixonada por fotografias.
Não por estar estampada nelas, mas sim, por elas conseguirem capturar momentos únicos.
Afinal, elas não gravam apenas uma imagem,gravam a magia do momento, o clima, o sentimento.
Montando um mural, comecei a remexer em antigas fotos, e posso dizer que nostalgia não faltou.
Voltei a sentir cada momento, de cada foto.
Me debulhei em lágrimas, e esbocei longos sorrisos.
O tempo passa, e só sobram as lembranças, e é claro, as fotos.
Minha casa parecia maior, e meu pais eram jovens.
Eu ainda pensava em qual seria o rumo que a vida iria tomar...
Agora não penso mais.Já escolhi o caminho, e na estrada não existem retornos ou bifurcações.
Brincar com a comida era um de meus hobbies, e os castigos no banheiro eram semanais.
Nada de computadores ou video-games, nossa alegria definia-se em uma coleção de tampinhas de garrafa.
Os vinis estão empoeirados, mas ainda guardados.
E mesmo ad múdicas sendo as mesmas, os ouvidos já não as reconhecem.
Encher a piscina, montar o balanço, afastar os móveis da sala, ter hora certa para dormir...
Tudo isso me faz falta.
Falta de regras domiciliares. Falta de seguir o quinto mandamento.
Minha personalidade já está moldada, mas não tenho certeza se foi feita da melhor maneira.
Moldes de argila podem ser refeitos, mas o gesso é imutavel. Resta o costume, ou a destruição.
Escrito por Camila Guinsani às 14h14
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procura-se um chinelo velho.
Beleza não importa.
Precisa, sim, ter um bom coração.
Rir das confusões que faço e entender meu mau-humor matinal.
Que dance, mesmo não sabendo.
Que cante coisas bobas enquanto dirige.
Que não sinta sono antes do sol nascer.
Que não pare as cócegas quando eu pedir,e não negue sorrisos.
Que me deixe cuidar da gripe, mudar seus móveis de lugar e desarrumar seu cabelo em público.
Quero ser sentida, ouvida, mimada.
Sentir saudade, pedir perdão.
Brigar pela escolha de canais.
Sentir ciumes dos amores antigos.
Planejar as viagens e os fins de semana.
Voltar à rotina de perder horas com vaidade.
Dividir o chocolate, o travesseiro e os pensamentos.
Acostumar ao cheiro e à voz.
Preencher o vazio, contar os minutos.
Brincar com comidas e caretas.
Escolher uma música, para ser a nossa.
Receber elogios, e também carinhos.
Morder, até não poder mais.
Brindar.
Ser feliz ao som do telefone.
Quero mais que a solidão como companhia,
quero sintonia em um longa-metragem!
Escrito por Camila Guinsani às 23h34
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10/04/2007
o oitavo pecado.
Vinte e dois anos se passaram e ainda assim consigo aprender algo novo todos os dias.
Ontem, aprendi que a dor da culpa é maior do que qualquer outra, e que nada a cura, talvez o tempo, se não ingrato.
Nada se compara: Lágrimas, desilusões, mentiras ou incertezas.
Escolho então, que escolham por mim.
Escolho o sangue, ao punhal.
Que tomem minha vida em um só gole, e adicionem sal à açucar.
Que manipulem sentimentos, criem falsos amores.
Escolho ser a vítima e sofrer pelos erros dos outros.
Assim a consciência ficará tranquila e a culpa não viverá, assim, mais em mim.
Escrito por Camila Guinsani às 16h54
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(gu)insana.
Tempo de vacas gordas. Vacas gordas em campos secos.
Sobrevivem do instinto, do tato e da sorte.
Tempo de Thiagos, Rodrigos e Gustavos.
Gostam que lhes chamem pelo nome.
Ricardos e Paulos debandaram. Devem sentir saudades...
Roupa nova, laço novo, idade nova, gosto novo.
Imagem filtrada, corpo aberto.
Após a a auto-descoberta, é a sua vez.
Louca. Insanidade temporária.
Escrito por Camila Guinsani às 14h11
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26/03/2007
Estava voltando de São Paulo.
Sempre acho que a avenida Paulista fala comigo (e quem há de dizer que não?).
Liguei aquele meu velho botão amigo, "shufle".
Considerado por mim não só um opcional de sorteio de músicas, e sim um botão mágico, com o poder sobrenatural de escolher a música certa para o momento propício.
Desta vez, a sorteada foi "I'm gonna find another you", John Mayer.
Eu realmente não esperava por isso.
Um tapa na cara dado pelo vento que entrava pela janela aberta. Isso sugere a sensação daquele momento.
Me dei conta do quanto tudo fica vazio e mórbido quando não se tem alguém em quem pensar durante uma musica dessas.
Ultimamente tudo e todos tem sido tão superficiais, que chego a me sentir em um comercial dos anos 60 ou em algum reality show de tv a cabo.
Sinto falta do meio, do recheio.
O gosto do inicio já não agrada o paladar, e o final já conheço de cor.
Confesso que sempre fui do tipo de pessoa que deixa o recheio ou a cobertura do bolo para o final, para (como ainda dizem os antiquados) "fechar com chave de ouro".
Mas como encerrar algo que não começa?
Viver de sonhos enjoa, e dramim já não é a solução desta vez.
Quero pegar o bonde andando, pular de cabeça, não medir consequências...
Arriscar a enchente, só acelerar e torcer.
Torcer pra dessa vez tudo dar errado, e finalmente, agir contra os meus principios.
Que seja... Ainda não tenho pressa.
Por enquanto o orgulho me faz companhia.
Escrito por Camila Guinsani às 02h01
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25/03/2007
não só dez segundos...
"você é mais bonita por fotos", me disse um amigo.
Existe uma meia-verdade nisso. A outra metade, ele não conhece.
A metade que trata todos com carinho e atenção,
que torce e reza pelos amigos,
que sempre proporciona belas gargalhadas,
que não guarda rancor,
que fica feliz em encontrar casais que se amam,
que gosta das coisas certas, mas admira quem consegue fazer o contrário.
Essa pressão sobre a imagem cansa.
Não culpe-me pelas poses, culpe-se por fazer algum julgamento sobre elas.
Mais bonita por fotos? Nunca.
Alegria, interesse, conversas e discontração contam, e isso, tenho de sobra!
Escrito por Camila Guinsani às 03h02
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S D R
"15% dos trabalhadores brasileiros são dependentes químicos"
Essa era a manchete de hoje, em um telejornal da TV Cultura.
Será por isso que o Brasil não vai pra frente?
Ou será um refúgio causado pelos transtornos oferecidos por um país de terceiro mundo?
Alcool e drogas, fazem parte da minha realidade, mas não da minha essência.
Minha droga é a fenilalanina, presente no sangue e na saliva.
A química, só se for da pele, suor e cheiro.
Todo o resto, deixo para os demais, não gosto de fazer parte das estatísticas. Mesmo que nelas esteja incluso o excelentíssimo Sr. Presidente da República.
E dos famososo dizeres dos rebeldes, só me sobrou o rock'n'roll.
Geração coca-cola, no sentido literal.
Escrito por Camila Guinsani às 15h02
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o que você vai ser quando crescer?
Desde pequena essa pergunta era a que eu mais fazia a mim mesma.
"cozinheira", respondia eu, afinal, sempre tive uma fissura maçante por comida.
E possuía bons dotes domésticos e culinários, claro.
Nunca fui muito apoiada nessas minhas idéias de girico, e isso fez com que essa fosse uma das primeiras características de minha personalidade a ser formada: a falta de determinação.
O incrível é que a cada ano que passa, eu arrumo novas desculpas para tentar explicar essa fraqueza.
Coloco um pano estampado em cima, e finjo ser uma cortina exótica.
Outra característica? A supervalorização do novo.
Pra tudo, tinham que ser dois. Um para ser usado, e o outro simplesmente pra ser novo.
Um ponto que certamente intrigaria meu grande ex-professor Eduardo, antropólogo, ser-humano curiosíssimo!
Pareço ouvir as palavras dele, tentando explicar que todas as minhas atitudes de hoje, são baseadas em acontecimentos da fase oral, anal e fálica.
Desculpe, Freud, mas sua teoria da psicanálise não se aplica a mim.
Nem devo ter essa coisa chamada "raciocínio". Sou toda coração.
Sabia que algum aprendizado na Nutrição eu tiraria.
Que sonhos não se jogam fora, não se trocam nem mudam de forma.
Quero ser cozinheira, do lar, dos amigos e dispostos!
Escrito por Camila Guinsani às 00h13
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19/03/2007
keep me please, sister.
Há pouco mais de um ano atrás, o chão mudou de lugar.
E foi pra um lugar tão mais fundo, que meus pés não o encontravam.
Perdi a convivência diária com a melhor amiga, companheira, imagem de maior força durante todos os meus não-tantos anos de vida.
Viver ser ela, apesar dos conflitos, era inimaginãvel.
Pessoas do signo de escorpião sempre me causaram impacto. Relacionamentos cheios de arranca-rabos, que provavam o quanto eram fortes e verdadeiros.
Ouvindo Dave Matthews, me dei conta de que o tempo passou ligeiro, e muito em breve tudo voltará ao normal.
Voltarei a ser 100% de mim.
Minha irmã, minha base de sustentação.
A carência se explica por completo.
Escrito por Camila Guinsani às 09h20
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avaliação pós-vitrine.
Criar sensualidade?
Isso não existe! É item de fábrica!
Nessas horas o "tentar" se torna patético, e o preto-e-branco se torna tão visivelmente mais colorido, que nos faz pensar que gelatina é melhor que trufa de chocolate.
Escrito por Camila Guinsani às 02h05
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Camila (I)Morais
Hoje comprei um livro.
O nome dele? "Memória de minhas putas tristes", Gabriel Garcia Márquez.
A imagem da retaguarda idosa não foi o unico detalhe a me chamar atenção.
O fato de ele citar a moral em sua estória, contribuiu definitivamente para que mais um de seus exemplares fosse vendido, dessa vez, a mim.
"A moral é uma questão de tempo", dizia ele.
Será mesmo isso verídico?
A moral se perde como as rugas aparecem, e os cabelos embranquecem?
Ninguém, é claro, consegue passar pela vida sendo correto o tempo todo.
O egoísmo na maior parte das vezes prevalece (o que eu, sinceramente não acho erro dos mais graves).
Talvez o medo seja o grande vilão da estória.
Você segue seus princípios, e constrói seus valores morais.
Mas tudo que é rotina enjoa e estafa.
Ai surge ele, o medo. Medo de perder oportunidades, medo de não ter se divertido o suficiente, namorado o suficiente, beijado bocas o suficiente para ter certeza do sabor que realmente gosta.
Medo do não experimentar, do não botar em prática seus maiores e mais estúpidos desejos.
Medo do amar de menos.
Descobrir que o sonhar, só, não vale, pode ser difícil, e o tarde demais está sempre ai, aparecendo todos os dias.
Sempre digo temer a morte.
Seria mesmo a morte? Ou o arrependimento? O não concretizar?
Melhor deixar o medo em banho-maria.
Por enquanto sou jovem, e morais ainda fazem parte do meu vocabulário, e do meu sobrenome.
Pra isso existe a "crise dos quarenta"...
Escrito por Camila Guinsani às 01h39
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promessas.
Promessas são sempre um caso sério, uma palavrinha que pesa toneladas.
Alguém que sempre promete e não cumpre,
promete que vai ligar e não liga,
que vai contar a verdade, e não conta,
que vai sentir a sua falta, e na verdade não sente.
Promete que vai te fazer feliz, que vai sempre te deixar com um sorriso no rosto, que vai cuidar de você, que vai deixar de comer chocolate durante o seu regime, e rir até mesmo das suas piadas mais sem graça.
Mas, nem todas as promessas são cumpridas, e depois da decepção, você promete a si mesmo não acreditar mais em promessas.
Promete da próxima vez ser mais "durona",
promete não repetir os mesmos erros, as mesmas frases, o mesmo choro.
Promete não ouvir mais aquela música, e, se ouvir, promete não se lembrar dele.
Promete não ficar triste, mas fica.
Promete não olhar as fotos com saudade, mas olha.
Promete sair e se divertir, mas o pensamento não deixa.
Promete nunca ocasionar em ninguém uma dor parecida, mas erra.
Promete parar de fumar, parar de dormir no sofá, parar de mentir...
Um dia, alguem me disse que não gostava de promessas. Talvez por que elas nos dêem esperanças, e depois as tirem.
Por isso, eu prometo, nunca mais vou acreditar nelas.
Escrito por Camila Guinsani às 00h20
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crise de meia-idade.
Velha demais para ter atitudes impensadas, respostas mal dadas, cabelos coloridos.
A gente envelhece sem perceber...
Aos 12 anos podia jurar que estaria casada aos 21.
Hoje vejo o quanto não fazemos idéia do que o destino nos reserva.
Penso o que teria sido se tivesse agido de forma diferente, sido mais tolerane em alguns momentos, e menos em outros.
Relacionamentos realmente são um caso sério. Quando você quer, o outro não quer. Quando o outro quer, você já está tão de saco cheio de todos que não quiseram, que desiste antes mesmo de começar. Acha defeitos em tudo, desde o chaveiro do carro até o modo de pedir uma cerveja.
Talvez eu esteja sendo muito vaga.
Entre esses dois pontos de referência existem MUITAS outras coisas...
Elogios. Eles são sempre bem vindos.Isso quando não vem acompanhado de palavras como "princesa" (a preferidas de pedreiros, frentistas e caminhoneiros), "deusa" (que é usado constantemente como rima pra pagodes mal-escritos) e "docinho de coco" (minha vó também costumava ouvir isso). Sem falar nas mais vulgares, que me recuso a pronunciar!
Isso me faz lembrar dos bons e velhos tempos de colégio (e volta a questão "idade"), quando Vanessa e eu obrigatóriamente 3 vezes por semana saiamos do ABC paulista para migrar o centro de SP.
Ouviamos coisas de tão baixo nível, e tão sem pudores que tenho certeza de que 50% de nosso vocabulário sobre sexo foi desenvolvido por lá.
Altura, isso também era um quesito importantíssimo para um relacionamento no meu ver.
Tudo lindo até tirar o all-star e colocar um salto alto. Ele descobre seu poder de sedução e você descobre o quanto 10 centímetros fazem a diferença.
Não só por ser esteticamente desagradável, e sim pelo fator segurança
A falta que aqueles 10 centímetros me proporcionava era tanta que eu prometia a mim mesma que meus próximos passeios seriam em treinos de basquete e volleyball.
Sensibilidade. Por que diabos uma mulher deseja tanto um homem sensível
?Essa eu poderia até responder, mas isso se a pergunta me fosse feita há 2 ou 3 anos atrás.
E quando busquei sensibilidade, posso dizer que mais uma vez não fui bem sucedida. Nunca conheci tantos gays na minha vida quanto nessa época (mas deixo claro que ainda os adoro).
E mesmo quando não eram gays se portavam de forma tão gentil e doce, que me assustavam e a desconfiança corria solta.
Por fim, desistiam de tentar provar sua masculinidade e partiam para uma pessoa "menos exigente", ou revelavam-se, enfim, serem fans assíduos da Barbara Streisand!
Geralmente quando não encontramos o que queremos em um "tipo" de pessoa, procuramos no oposto. Mudei minha busca então para os machões, virís, no popular "um homem que tem a pegada". Acho que foi o mais difícil pra mim.
Isso ia contra todas as regras, princípios e tradições que me foram impostas desde criança.
A maioria não gostava de conversar sobre nada que não exaltasse seu próprio ego, e analisavam cada pontinho do meu corpo com olhos de lobo-mau em tempos de vacas magras. Isso me dava arrepios!
Até conseguia ter encontros agradáveis, mas quando eles percebiam que a noite não ia passar daquilo, se despediam com a cara roxa de raiva de quem ficou perdendo tempo.
Homens mais novos eram impacientes e imaturos.
Os mais velhos, previsíveis e egocêntricos.
Os romanticos me davam náuseas.
E os que não me ligavam no dia seguinte... Ah, eu era muito orgulhosa para sair com eles!
Os rápidos me assustavam e os lentos me cansavam.
De alguma forma, para mim todos tinham um certo defeito com o qual eu não conseguia conviver.
Então cheguei ao ponto onde qualquer pessoa em sã consciência pensaria pelo menos 25 vezes antes de chegar. Pensei ser lésbica, ou, como eu preferia chamar "sandalinha".
Logo vi que não era mesmo a minha, mas pelo menos me rendeu algumas estórias.
É como dizem na propaganda da cerveja "O que você contará para os seus netos?" (quase já ia me esquecendo da idade...)
Eu ainda não encontrei minha alma-gêmea, mas como mamãe sempre diz "quem muito escolhe, acaba sendo escolhido".
Eu espero, pelo menos que quem me escolha tenha bom gosto e bom senso!
21 anos, já pensando na crise dos 40. Isso é normal?
Ah, eu acho! Ainda era ontem quando fantasiava casar hoje...
Escrito por Camila Guinsani às 17h32
Um comentário:
Oi,
na verdade não resisti.
eu gosto quando recebo elogios, então suponho que elogiar seja bom, às vezes.
me surpreendi, amei tudo que li aqui.
e só.
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