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20.8.09

Soneto da despedida

Os olhos não vêem e ainda assim sinto
A tua ausência mesmo quando ao meu lado.
Os teus lábios insistindo no invento,
Trazendo-me assim o maior dos fardos.

Se é de dor que sobrevive a paixão,
E de dúvidas as ideias, escolho
Sofrer por não te ter comigo então,
Desprezar a vida como consolo.

Medir minhas palavras já não basta,
Se no fim o que nos resta é vontade
De romance, de aventura e de graça.

Despeço-me do poema e de ti.
Dê lembranças aos antigos afagos,
Pois agora não moras mais em mim.

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