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27.8.12

Eu voto NULO, e agora vou dizer o porquê.

Neste ano eu juro que pensei que fosse agir de modo diferente no que diz respeito às eleições para prefeito e vereador. E realmente irei, porém a diferença não vai ser por deixar de votar nulo, mas sim por expor aqui o meu protesto em relação à falta de respeito aos cidadãos dessa cidade, que se orgulha em ser chamada como "cidade de primeiro mundo".
Esperava uma eleição tranquila, civilizada, com candidatos qualificados, e o que vejo é um circo, uma baixaria digna daqueles programas sensacionalistas que passam no meio da tarde.
As ruas de São Caetano estão cada dia mais sujas e mais barulhentas. Os pedestres são obrigados a se espremerem para não atropelarem as placas de diversos tamanhos dos candidatos (que não acabam mais), e se esquivarem das enormes bandeiras que são balançadas em todos os quarteirões das principais ruas da cidade.
Andar a pé tornou-se uma tarefa insuportável, além de dificílima. Se se está de carro talvez a situação seja um pouco menos crítica (caso você tenha ar condícionado e um bom sistema de som, para que possa fechar o vidro e aumentar seu rádio no último, para que a poluição sonora não atinja seus ouvidos), embora também preocupante, uma vez que os carros de som tomaram conta das ruas e os comícios têm sido cada vez mais frequentes. Tudo está um caos.


O pior de tudo isso nem é a propaganda excessiva, a poluição visual e sonora, a encheção de saco... o maior problema é que NENHUM dos candidatos a prefeito fizeram questão de apresentar alguma proposta realmente viável para os problemas da cidade, ou sequer adimitiram que a cidade tem problemas. O pior de tudo é essa palhaçada de compra de pesquisas, que mostram números completamente opostos, quando feitas durante o mesmo período de tempo.
O pior de tudo é termos de ler e ouvir rumores (fofocas) sobre os dois candidatos mais votados o tempo todo. Coisas feias, desrespeitosas e/ou muito graves, e que ninguém ainda conseguiu provar. É um tomando crédito pelo que não fez, outro divulgando boatos sobre a vida pessoal do adversário, outro se aproveitando de medalhista olímpico para se autopromover... Virou novela, e novela mexicana. Aquelas bem cheias de drama mesmo!


Gostaria de ver soluções, respeito aos eleitores, compromisso, seriedade. Não quero ser (e não serei) mais uma a escolher meu candidato pelo melhor jingle. Não quero compactuar com essa vergonha de eleição. Não quero colocar alguém incompetente e inescrupuloso no poder. Não quero ter de escolher o menos pior.

Algumas pessoas me julgam, e dizem que por eu votar nulo estou jogando meu voto no lixo, mas é justamente o oposto. É por meu voto valer muito que não irei depositá-lo nas mãos de qualquer um quem não o mereça.

2 comentários:

Anônimo disse...

Camila, infelizmente nosso problema não esta simplesmente nos candidatos. Mas sim, creio que desde os primórdios do desenvolvimento de um Brasil sem educação, "acostumado" a ser explorado pelos mais fortes, mais espertos (que ignoram a lei da ação e reação - embora eu não vá entrar nesse mérito). Creio que nosso problema não é o maior problema do mundo, mas tao somente, o mesmo problema de todos. Muda-se a região, mas o básico, que é a exploração dos ignorantes pelos ditos espertos. Agora, falando de Brasil, vivemos num sistema baseado na malandragem e impunidade, de privilégios, de morosidade na justiça e desinteresse coletivo bancado por uma política egoíca (sustentada por foros privilegiados, pela auto renuncia a cargos sem conseqüência, votação do próprio aumento de salário, políticas assistencialistas). Minha busca e minha esperança esta (como se costuma repetir de geração em geração) que o numero de pessoas conscientes venha a crescer cada vez mais, de modo a que não haja mais corrupacão nos níveis inferiores, desde a corrida de taxi com falso recibo, ate o gabinete da presidência. Parece ilógico, "esperar" que a mudança venha da maioria ao invés da minoria do congresso ou todos os funcionários públicos. Mas somente quando o povo enxergar-se como uma unidade de forma a entender que o mal cometido a um reflete-se no outro é que começaremos a ter uma acao de verdade frente ao poder público, que neste momento quem sabe ja estará "tomado" por cidadãos mais conscientes.
Conscientes de sua responsabilidade perante o proximo, perante a si mesmo, perante sua verdadeira função, de sua humildade, de sua igualdade perante qualquer outro cidadão. Precisamos de um despertar da consciência coletiva para o verdadeiro significado de coletividade. Enquanto isso não ocorre, façamos a nossa parte, qual seja, acreditar, realizar, engajar nos por atitudes coletivas. Um governo serio não precisaria de propostas, planos, ou propagandas, pois seu papel ja esta escrito, ja é conhecido. Ironicamente cobramos propostas, sem nos atermos o quanto isso é redundante, pois o natural seria governar simplesmente com o objetivo coletivo, publico, para o bem comum. Mas diante de tantos escândalos e falta de bom senso, nos sentimos carentes de propostas, a espera de milagres, quando o milagre ja esta ali, bastaria que os governantes, agentes públicos guiassem com a alma, sem interesses, sem votar em determinados projetos para aprovar outros.
Angelo

Amafi disse...

Em verdade como não existe e não é possível a abstenção, o voto nulo é uma válvula de escape para frustração da ausência desta opção.
O voto é compulsório, isso se deve a questão histórica e de cultura política.
Toda obrigatoriedade é opressora, e nada poética ou romântica, e deve se justificar para um bem melhor, como a vacinação.
Resumindo, votar é uma obrigação, um dever cívico e deve ser assim, pois o brasileiro é muito descolado e se fosse facultativo, é claro que ir as urnas seria o última opção de um domingo de sol. Já o voto nulo é um voto de protesto conciente é verificável.